LIBERDADE E ASFIXIA
Temos no Brasil um desafio sério pela frente, de avaliar o
que seja Liberdade. Por outro lado entendemos que qualquer empresário
entende muito bem a Asfixia que nossos Governos nos impõem a cada dia que
passa. Cada vez mais. Asfixia e Liberdade são entidades opostas, mas de mesma
natureza. Liberdade sempre nos conduziu à vida e Asfixia sempre nos
conduziu à mediocridade ou mesmo à morte.
Na antiga União Soviética, a pretexto de um planejamento
central e defesa dos menos favorecidos, o que nunca deu certo, prevaleceram os interesses
do Estado e criou-se a pobreza e o desequilíbrio social e de recursos,
por conta dessa relação mal resolvida de Liberdade e Asfixia. Hoje em dia a
Rússia é apenas um dos integrantes dos BRICS. Uma sombra do passado.
No caso brasileiro, tivemos a herança positiva do governo
Fernando Henrique Cardoso conjugada com o momento feliz da economia mundial que
beneficiou Lula. Crescemos muito no governo Lula, mas cometemos um sério erro
de julgamento. Não percebemos que foram os outros que nos deram base para
crescer. Não crescemos pelos nossos próprios méritos.
Nesse momento em que recebemos sérios alertas sobre o excesso
de endividamento do governo brasileiro, na busca insensata de uma
solução econômica absolutamente superficial para o nosso país, esquecemos de uma
verdade fundamental que faz parte da realidade da vida: somos um país pobre,
que vai regredir na classificação dos países, não temos capital e queremos
praticar capitalismo sem capital. Não dá. O Estado absorve em demasia as energias da
Nação. Sobra pouco para equilibrar a nossa equação econômica.
Trecho de articulista especial do jornal O Estado de São
Paulo,em data de 25/06/2012, 1a página do Caderno Economia registra:
o informe anual do BIS não deixa dúvida: o país vive uma desaceleração acentuada e
precisará agir com urgência para mudar a rota.O BIS é o Banco Central dos Bancos
Centrais. Há um bom tempo que sabíamos que essa data chegaria.
O
QUE É GOVERNO?
O que
enxergamos comoEstado ou Governo, é uma entidade artificial, uma
criação humana e não da da natureza.
Essa entidade
do ponto de vista operacional, deveria agir em tese, exatamente como uma
empresa privada ou um contrato de trabalho ou de locação: o Estado
ou Governo
é o resultado de um acordo entre partes (no caso, entre os cidadãos da Assembleia
Constituinte de 1988, por exemplo).
Essa entidade
não funciona por si mesma, não tem vida própria. Para funcionar, ela tem que
ser operada por pessoas naturais - essas sim, são criações da
natureza.
Operadaquer dizer dirigida pelas pessoas
naturais, que deveriam preservar a orientação - a direção
para onde preveem que o estado deva ir.
Operada ainda que dizer que tem que ser gerenciadapelas
pessoas que deveriam assegurar o adequado gasto de recursos e energia,
para produzir os efeitos que manterão o estado na direção prevista.
Operada quer dizer também que cidadãos contratados
para esse fim, executam as tarefas de trazer os recursos, introduzir os
recursos na entidade e retirar os resultados, entregando-os aos que mandaram criar
aquele Estado e seu Governo. Entregar ao povo, ou a
elite social ou outro grupo que nomeou o contrato inicial, no caso citado, a mencionada
constituinte.
Tudo isso é
muito bonito, mas requer um ambiente de moralidade, isto é: os
dirigentes (políticos eleitos), os gerentes (funcionários públicos chefes) e
operadores (funcionários públicos, hoje muitos terceirizados) fazem o que se
espera que deveriam fazer para cumprir o mandato do povo, elite social ou outro
grupo.
A
ASFIXIA
Temos aqui o
grande problema central que gera todas as demais mazelas econômicas e sociais:
os dirigentes, gerentes e operadores que governam a máquina do Estado,
passaram a usar a máquina, não mais para os fins especificados pelos donos da
nação, que são, conforme o tipo de estado: o povo (no caso de uma república),
as elites sociais (no caso da monarquia ou oligarquia) ou outros grupos
privados (fascismo, nazismo do passado de triste memória), mas para satisfazer
seus interesses pessoais particulares.
E aí nasce a corrupção.
Aí vem a questão da asfixia. Na busca dos seus interesses, todos de curto prazo, repetimos,
todos de curto prazo, que nada tem a haver com a missão de construir uma nação,
os que estão no poder aplicam e impõem ao povo e às empresas, cada vez mais
regras, normas, taxas e impostos.
Querem cada
vez mais dos que trabalham de verdade. Asfixia progressiva, tal como o torquês,
forma medieval pela qual se matava progressivamente condenados no passado.
Apertar, asfixiar e quebrar o pescoço. É esse processo que estamos sofrendo. As
empresas que já morreram são testemunhas do que está ocorrendo.
A
RESPOSTA DA NAÇÃO – O AMBIENTE DE MORALIDADE
A resposta
natural de uma nação, o tal "ambiente de moralidade" tem
se desgastado e vem perdendo a nitidez. Isso em todo o mundo. Porque está
acontecendo?
Basicamente devido
ao que chamamos de "comportamento civilizado e tolerante", que afrouxou
as instituições naturais da base da civilização: a formação do caráter
individual das pessoas, a família, a sanção social (que é feita com
palavras politicamenteincorretas, saibam disso!), o apreço pela ética e pela
estética, o brio profissional, o mérito e outros valores e princípios
cuja existência
e vigor revela o grau de civilização de um povo. Hoje em dia o bandido
vence o mocinho. No Brasil é uma festa.
O
CASO BRASILEIRO
Um estado e
um governo do tamanho que temos, é incontrolável e só pode dar no que vemos
aí. Criou-se uma maquina que sustentamos com o nosso trabalho e cujo
único objetivo é tirar cada vez mais de cada um de nós. Objetivos de curto prazo.
Recentemente
vimos um artigo que nos alerta de que atualmente qualquer empresa que fature
mais de 60 milhões de reais por ano terá que passar pelo Novo Super CADE em
qualquer projeto de compra, associação para que se assegure os diretos dos
trabalhadores contra os interesses espoliadores dos empresários. Quem está
espoliando quem? Até onde vai chegar a sanha intervencionista do governo? Uma
nova União Soviética dos Estados Brasileiros? Tudo a serviço de um projeto de
poder de um partido político?
A nossa
salvação dessa sanha avassaladora passa por tirar do Governomuitas das funções
que ele se autorgou dentro do seu projeto de poder, assumiu
e pelo despreparo dos políticos de partido, não sabe o que fazer e como fazer:
regular a indústria (o mercado deve regular, e não as ANVISA, ANATEL, ANEEL
etc.), os produtos dela (ABNT, ANVISA...), as profissões (que devem ser
reguladas pelas competências dos profissionais e não pelos Conselhos CRM, CREA,
CRO, etc.), o ensino e a pesquisa (a serem conduzidos de acordo com as
necessidades sociais, cívicas e da economia produtiva, e não em teoria, pela
burocracia do MEC, CAPES etc.), os seguros saúde e assistência médica (que
devem ser serviços a serem prestados pelas seguradoras e empresas privadas de
medicina e hospitais privados), e assim por diante.
Vamos para um
raciocínio primário e ingênuo sobre razoabilidade desse raciocínio.Se hoje
recebemos "do Governo" (na verdade tudo é terceirizado para empresa
privadas) algo parecido com esses "serviços", pagando impostos, é
provável que, se pagarmos diretamente aos profissionais e comprarmos todos
aqueles serviços diretamente das empresa privadas - terceiristas e empreiteiras
- que os executam hoje através do governo, é certo que sairão mais em conta,
porque, pelo menos não temos a burocracia do estado entre nós e os
profissionais e empresas que nos fornecem os serviços.
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PARA PODERMOS IR PARA A FRENTE
O caminho
para resolver o problema da corrupção é retornar e refazer o caminho percorrido
e reduzir o tamanho do governo a dimensões tais que ele possa ser realmente
mantido, pelo povo (e não pela polícia, exército, por CPI´s, por STF´s - porque
isso não funciona) dentro dos objetivos para os quais Estado e o Governo
foram previstos.
Filosoficamente simples, não?
Luiz Bersou com colaboração de Caio Márcio Rodrigues
Um comentário:
Bersou e Caio,
Meus parabéns pela coragem de concretizar de forma tão clara as questões que estamos enfrentando como país.
Concordo que a estrutura do governo hoje esta a serviço de manter o poder e a perpetuidade de um partido com um ideal ultrapassado, conforme vocês citam , o modelo da Rússia. Estamos a beira de nos equipararmos a mesma situação vivida pela Argentina e Venezuela.
A questão que tenho refletido é: porque ainda não surgiu no país um movimento que de um rumo diferente para esta situação.
Preferimos ficar em uma posição confortável de esperar o modelo se esgotar e sofrer, até que isto ocorra, todas as consequencias do modelo e do processo de seu esgotameto?
E
É este o viver que queremos para nós?
Abs
Marcel
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