19 de junho de 2012

BRASIL – LIBERDADE – RISCO MORAL



LIBERDADE
Em nosso último texto apresentamos um tema pouco debatido. O que é Liberdade, um conceito filosófico e o que é Democracia, aqui definida como a expressão da prática da Liberdade - de forma correta ou não. Vemos então a construção de nações ou a construção do desequilíbrio e caos, quando Democracia não está a serviço dos fundamentos filosóficos de Liberdade. Podemos ver exemplos dessa situação por todos os lados. Por que se fala tanto de certos países? Por que não se fala da Áustria, Noruega, Suécia, Dinamarca e outras? Filosofia da Liberdade e Democracia a serviço da Filosofia da Liberdade é coisa séria.

RISCO MORAL
Na sua origem, essa expressão era técnica. No mercado de seguros, temos situações em que o segurado adota práticas de risco, pois considera que as companhias de seguro devem segurar o bem e também o seu uso em situações de risco. Não estava no contrato. Virou um grande problema.

Vamos para outras versões da expressão risco moral. Quando um candidato a cargo público promete e não cumpre, o que temos é que a Sociedade, os que vão votar nele, os que votaram nele, estão aceitando um risco.

Muitos sabem que o político não vai se empenhar a fundo pela promessa, pois ele não vai colocar a sua carreira política em risco por desagradar os seus colegas de governo. Margaret Thatcher cumpriu o que disse que faria. Foi chamada de Dama de Ferro. Sofreu muito por que não representou um Risco Moral para os seus eleitores e cidadãos ingleses. Fez o que tinha que ser feito naquele momento. A Inglaterra se permitiu um salto muito importante.

Ron Paul em seu livro Liberty Defined vai mais a fundo e coloca a questão na relação governo e sociedade. O que é governo? O que é governar? Quais os limites? O que está acontecendo conosco na relação com os que elegemos para os cargos públicos para executar planos de governo? Entra aqui a questão: O que o cidadão comum pode e portanto o Estado pode também, e o que o cidadão comum não pode, e portanto, o Estado também não pode?

Neste momento, governos são o maior Risco Moral que podemos ter. Em particular no Brasil. Os interesses corporativos estarão sempre mais próximos da cobrança de quem os elegeu e de quem os financiou. Pensamos que elegemos os nossos representantes nas câmaras e congressos. Brutal ilusão. Nós os elegemos, mas eles não são nossos representantes. Não representam a sociedade, representam eles mesmos e seus planos ocultos.

O GRANDE DANO DO RISCO MORAL – uma tragédia social
A questão do risco moral representa, entretanto, algo muito mais grave. A prática do Risco Moral nada mais é do que cortar ou abandonar caminhos corretos e simplificar soluções que não podem ser simplificadas, nos interesses menores que infelizmente estão sempre por aí.

A grande resultante desse fenômeno é a incompetência, em todos os níveis da sociedade humana onde ele é permitido. A essa incompetência se junta a ética e a moral.

Incompetência que pode chegar à escala nacional como nos conta Jared Diamond em seus livros Armar, Germes e Aço e particularmente Colapso. Conta-nos como sociedades entram em colapso, segundo a história da humanidade. Repetindo, o que está acontecendo agora na Europa?

A não prática dos rituais corretos, sejam políticos ou administrativos, quebra um ritual de séculos. A passagem do conhecimento na história da humanidade se fez sempre pelo Não Errar. Os resultados desse caminhar construíram os templos do conhecimento e a capacidade de agir de forma competitiva. Por que o Japão consegue fabricar automóveis com 40% de energia a menos do que os concorrentes europeus e americanos? O Japão sempre conviveu com muito pouca energia. Aprendeu a não errar nesse quesito. Por que os ingleses venceram a Argentina de forma tão fácil nas Malvinas? Os ingleses construíram o Império Britânico pelos caminhos do mar. Longa história de não errar.

Quando o Não Errar sai do cenário, o que entra no seu lugar? O Risco Moral entra em toda a sua plenitude. Nesse contexto, os fundamentos filosóficos de Liberdade vão para o ralo da nação. Falta o respeito a tudo e a todos.

No nosso Brasil, seja no poder público, seja nas empresas, cortar caminhos e simplificar soluções que não podem ser simplificadas é solução do dia a dia. Decorre que os que estão no poder, em particular em cargos de gestão pública, não conseguem fazer nada correto. Tudo é acordo e conveniência. Rabos presos em todo lugar. Nesse jogo, o Brasil continua com seu desenvolvimento sempre precário, sempre a menor do que precisa ser.

Luiz Bersou com colaboração do Sr Caio Márcio Rodrigues.

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