27 de junho de 2012

O RISCO QUE O “BIS” NOS APONTA E O QUE ESTÁ SE ABATENDO SOBRE OS EMPRESÁRIOS - LIBERDADE E ASFIXIA




LIBERDADE E ASFIXIA
Temos no Brasil um desafio sério pela frente, de avaliar o que seja Liberdade. Por outro lado entendemos que qualquer empresário entende muito bem a Asfixia que nossos Governos nos impõem a cada dia que passa. Cada vez mais. Asfixia e Liberdade são entidades opostas, mas de mesma natureza. Liberdade sempre nos conduziu à vida e Asfixia sempre nos conduziu à mediocridade ou mesmo à morte.

Na antiga União Soviética, a pretexto de um planejamento central e defesa dos menos favorecidos, o que nunca deu certo, prevaleceram os interesses do Estado e criou-se a pobreza e o desequilíbrio social e de recursos, por conta dessa relação mal resolvida de Liberdade e Asfixia. Hoje em dia a Rússia é apenas um dos integrantes dos BRICS. Uma sombra do passado.

No caso brasileiro, tivemos a herança positiva do governo Fernando Henrique Cardoso conjugada com o momento feliz da economia mundial que beneficiou Lula. Crescemos muito no governo Lula, mas cometemos um sério erro de julgamento. Não percebemos que foram os outros que nos deram base para crescer. Não crescemos pelos nossos próprios méritos.

Nesse momento em que recebemos sérios alertas sobre o excesso de endividamento do governo brasileiro, na busca insensata de uma solução econômica absolutamente superficial para o nosso país, esquecemos de uma verdade fundamental que faz parte da realidade da vida: somos um país pobre, que vai regredir na classificação dos países, não temos capital e queremos praticar capitalismo sem capital. Não dá. O Estado absorve em demasia as energias da Nação. Sobra pouco para equilibrar a nossa equação econômica.

Trecho de articulista especial do jornal O Estado de São Paulo,em data de 25/06/2012, 1a página do Caderno Economia registra: o informe anual do BIS não deixa dúvida: o país vive uma desaceleração acentuada e precisará agir com urgência para mudar a rota.O BIS é o Banco Central dos Bancos Centrais. Há um bom tempo que sabíamos que essa data chegaria.

O QUE É GOVERNO?
O que enxergamos comoEstado ou Governo, é uma entidade artificial, uma criação humana e não da da natureza.

Essa entidade do ponto de vista operacional, deveria agir em tese, exatamente como uma empresa privada ou um contrato de trabalho ou de locação: o Estado ou Governo é o resultado de um acordo entre partes (no caso, entre os cidadãos da Assembleia Constituinte de 1988, por exemplo).

Essa entidade não funciona por si mesma, não tem vida própria. Para funcionar, ela tem que ser operada por pessoas naturais - essas sim, são criações da natureza.

Operadaquer dizer dirigida pelas pessoas naturais, que deveriam preservar a orientação - a direção para onde preveem que o estado deva ir.

Operada ainda que dizer que tem que ser gerenciadapelas pessoas que deveriam assegurar o adequado gasto de recursos e energia, para produzir os efeitos que manterão o estado na direção prevista.

Operada quer dizer também que cidadãos contratados para esse fim, executam as tarefas de trazer os recursos, introduzir os recursos na entidade e retirar os resultados, entregando-os aos que mandaram criar aquele Estado e seu Governo. Entregar ao povo, ou a elite social ou outro grupo que nomeou o contrato inicial, no caso citado, a mencionada constituinte.

Tudo isso é muito bonito, mas requer um ambiente de moralidade, isto é: os dirigentes (políticos eleitos), os gerentes (funcionários públicos chefes) e operadores (funcionários públicos, hoje muitos terceirizados) fazem o que se espera que deveriam fazer para cumprir o mandato do povo, elite social ou outro grupo.

A ASFIXIA
Temos aqui o grande problema central que gera todas as demais mazelas econômicas e sociais: os dirigentes, gerentes e operadores que governam a máquina do Estado, passaram a usar a máquina, não mais para os fins especificados pelos donos da nação, que são, conforme o tipo de estado: o povo (no caso de uma república), as elites sociais (no caso da monarquia ou oligarquia) ou outros grupos privados (fascismo, nazismo do passado de triste memória), mas para satisfazer seus interesses pessoais particulares.

E aí nasce a corrupção. Aí vem a questão da asfixia. Na busca dos seus interesses, todos de curto prazo, repetimos, todos de curto prazo, que nada tem a haver com a missão de construir uma nação, os que estão no poder aplicam e impõem ao povo e às empresas, cada vez mais regras, normas, taxas e impostos.

Querem cada vez mais dos que trabalham de verdade. Asfixia progressiva, tal como o torquês, forma medieval pela qual se matava progressivamente condenados no passado. Apertar, asfixiar e quebrar o pescoço. É esse processo que estamos sofrendo. As empresas que já morreram são testemunhas do que está ocorrendo.

A RESPOSTA DA NAÇÃO – O AMBIENTE DE MORALIDADE
A resposta natural de uma nação, o tal "ambiente de moralidade" tem se desgastado e vem perdendo a nitidez. Isso em todo o mundo. Porque está acontecendo?

Basicamente devido ao que chamamos de "comportamento civilizado e tolerante", que afrouxou as instituições naturais da base da civilização: a formação do caráter individual das pessoas, a família, a sanção social (que é feita com palavras politicamenteincorretas, saibam disso!), o apreço pela ética e pela estética, o brio profissional, o mérito e outros valores e princípios cuja existência e vigor revela o grau de civilização de um povo. Hoje em dia o bandido vence o mocinho. No Brasil é uma festa.

O CASO BRASILEIRO
Um estado e um governo do tamanho que temos, é incontrolável e só pode dar no que vemos aí. Criou-se uma maquina que sustentamos com o nosso trabalho e cujo único objetivo é tirar cada vez mais de cada um de nós. Objetivos de curto prazo.

Recentemente vimos um artigo que nos alerta de que atualmente qualquer empresa que fature mais de 60 milhões de reais por ano terá que passar pelo Novo Super CADE em qualquer projeto de compra, associação para que se assegure os diretos dos trabalhadores contra os interesses espoliadores dos empresários. Quem está espoliando quem? Até onde vai chegar a sanha intervencionista do governo? Uma nova União Soviética dos Estados Brasileiros? Tudo a serviço de um projeto de poder de um partido político?

A nossa salvação dessa sanha avassaladora passa por tirar do Governomuitas das funções que ele se autorgou dentro do seu projeto de poder, assumiu e pelo despreparo dos políticos de partido, não sabe o que fazer e como fazer: regular a indústria (o mercado deve regular, e não as ANVISA, ANATEL, ANEEL etc.), os produtos dela (ABNT, ANVISA...), as profissões (que devem ser reguladas pelas competências dos profissionais e não pelos Conselhos CRM, CREA, CRO, etc.), o ensino e a pesquisa (a serem conduzidos de acordo com as necessidades sociais, cívicas e da economia produtiva, e não em teoria, pela burocracia do MEC, CAPES etc.), os seguros saúde e assistência médica (que devem ser serviços a serem prestados pelas seguradoras e empresas privadas de medicina e hospitais privados), e assim por diante.

Vamos para um raciocínio primário e ingênuo sobre razoabilidade desse raciocínio.Se hoje recebemos "do Governo" (na verdade tudo é terceirizado para empresa privadas) algo parecido com esses "serviços", pagando impostos, é provável que, se pagarmos diretamente aos profissionais e comprarmos todos aqueles serviços diretamente das empresa privadas - terceiristas e empreiteiras - que os executam hoje através do governo, é certo que sairão mais em conta, porque, pelo menos não temos a burocracia do estado entre nós e os profissionais e empresas que nos fornecem os serviços.

VOLTAR PARA PODERMOS IR PARA A FRENTE
O caminho para resolver o problema da corrupção é retornar e refazer o caminho percorrido e reduzir o tamanho do governo a dimensões tais que ele possa ser realmente mantido, pelo povo (e não pela polícia, exército, por CPI´s, por STF´s - porque isso não funciona) dentro dos objetivos para os quais Estado e o Governo foram previstos. 

Filosoficamente simples, não?

Luiz Bersou com colaboração de Caio Márcio Rodrigues

Um comentário:

marcelparanhos@gmail.com disse...

Bersou e Caio,

Meus parabéns pela coragem de concretizar de forma tão clara as questões que estamos enfrentando como país.
Concordo que a estrutura do governo hoje esta a serviço de manter o poder e a perpetuidade de um partido com um ideal ultrapassado, conforme vocês citam , o modelo da Rússia. Estamos a beira de nos equipararmos a mesma situação vivida pela Argentina e Venezuela.
A questão que tenho refletido é: porque ainda não surgiu no país um movimento que de um rumo diferente para esta situação.
Preferimos ficar em uma posição confortável de esperar o modelo se esgotar e sofrer, até que isto ocorra, todas as consequencias do modelo e do processo de seu esgotameto?
E
É este o viver que queremos para nós?

Abs

Marcel