13 de junho de 2012

SABEMOS O QUE É LIBERDADE?


Questão que complementa o nosso raciocínio: qual a relação entre Liberdade e Democracia?

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Conceitos básicos

Liberdade e ausência de liberdade.
Liberdade e ausência de opressão expressa pela palavra “Direitos”.
Liberdade e acesso ao conhecimento.
Liberdade de expressão, liberdade de convivência, de diálogo e contestação.

A ideia mais simples: liberdade é a condição pela qual cada um faz de forma madura, sem tutelas, o necessário para conduzir a sua vida, desde que não cause nenhum prejuízo aos outros com os quais ele convive, próxima ou mesmo remotamente.

Liberdade e democracia não são a mesma coisa.

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Liberdade
Voltando na história da humanidade, verificamos momentos em que nações e povos foram feitos escravos. Perderam a terra dos antepassados. Destruíram seus templos. Queimaram suas bibliotecas. Ficaram sem referências. Uma vez eu estava na Rússia e fiquei sabendo de um nobre que teve 360.000 servos. Nos Estados Unidos e provavelmente aqui, tivemos grupos de escravos que tinham o papel de se reproduzir para gerar mais escravos. Liberdade teve então um significado muito próprio. Liberdade e ausência de liberdade.

Ainda percorrendo a história da humanidade, verificamos como a questão de Liberdade passava por uma relação entre sociedade e poder estabelecido. O poder de então tinha uma liberdade que era negada à sociedade. Um tinha direitos e o outro não tinha direitos. Obediência às igrejas e aos poderosos. Liberdade teve então outro significado muito próprio. Liberdade e ausência de opressão expressa pela expressão “Direitos”.

Houveram outros momentos em que o poder se exercitava pela negação do conhecimento às sociedades. Fecharam-se escolas para que os habitantes não aprendessem a ler, não tivessem a oportunidade de ler a Bíblia e assim seguissem obedientes pelas regras das igrejas que os dominavam. Liberdade teve então outro significado muito próprio. Liberdade e acesso ao conhecimento.

Em outros momentos históricos, tivemos a questão de convivência em sociedade. O próximo não é um inimigo. Não precisamos atacar, matar ou fugir. A questão de se ter idéias e as poder discutir, sempre foi um problema em muitas sociedades. Que digam os alemães e italianos na época do EIXO. Liberdade tem então outro significado. Liberdade de expressão e mais do que isso, liberdade de convivência, de diálogo e contestação.

Os Fundadores
Os fundadores dos Estados Unidos da América tinham uma profunda noção dos conceitos de liberdade. O mundo todo era flagelado pela não liberdade em todas as suas expressões.

Com base nesses entendimentos, fundaram um Estado que era sobre tudo um conjunto de idéias. O americano era então alguém que acreditava e praticava essas idéias.Idéias de respeito mútuo,livre e espontâneo. Cidadania. A ideia mais simples era a que liberdade era a condição pela qual cada um faria de forma madura o necessário para conduzir a sua vida, desde que não causasse nenhum prejuízos aos outros com os quais ele convivia, próxima ou mesmo remotamente.

Estátua da Liberdade
Na entrada do Porto de Nova York, encontramos a Estátua da Liberdade. Ela era um símbolo de esperança para milhões de imigrantes, que buscavam algo melhor na vida de cada um. Muitas vezes esse algo melhor era apenas poder comer. Outras tantas vezes, o algo melhor era ter trabalho. Não precisar se esconder de inimigos.

A Estátua da Liberdade representava então todo um universo de esperanças e futuro luminoso. Mas nesse cadinho de emoções, os registros indicam que ser respeitado, ter direitos e respeito mútuos, a liberdade de escolha, eram de longe a maior atração e esperança que emanava da Estátua da Liberdade.

Liberdade & Democracia
Fundamentalmente, a Democracia nasceunos momentos históricos da Grécia antiga, para administrar a Liberdade no convívio das sociedades. Liberdade e democracia não são a mesma coisa. Democracia não é Liberdade. Uma, Liberdade, tem um conteúdo filosófico. A outra, Democracia, tem um conteúdo de controle. Regras de convivência.

Na medida em que as regras de convivência estão a serviço da aplicação pura dos conceitos de Liberdade, temos sociedades estáveis. Infelizmente, na maior parte dos países, verificamos hoje em dia, que a pregação democrática está muito mais a serviço da perpetuação dos que estão no poder. E nada mais do que isso.

Não Liberdade e os estados da atualidade
Percorrendo a maioria dos países, ditos democráticos e com diferenças formas de governo, percebemos que o binômio Liberdade & Democracia sofreu graves deformações.

Se voltamos ao conceito de que Democracia é uma forma de administração da Liberdade, percebemos que manejos dessa forma de administração leva com frequência à não liberdade, que é o que mais tem acontecido. Esse fenômeno tem levado a procedimentos que mergulham o estado nas amarras da corrupção sistêmica e eleição preferencial para aqueles que fazem parte dos sistemas de poder. No fundo, quem está elegendo quem? Por que a corrupção circula tão facilmente em todos os escalões de governo?

Quando discutimos corrupção na nossa sociedade, nas empresas e governos, percebemos toda uma  rede de relacionamentos que consideram corrupção como forma natural de vida. Essa gente se conhece, se entende e formam um mundo à parte. Eles ganham poder e riqueza e nós perdemos.

O que se passa no Brasil?
Vivemos um momento de falsa liberdade. O poder está nas mãos de um ciclo vicioso que se auto perpetua segundo os interesses escusos que dominam de forma ampla e irrestrita o cenário político brasileiro em todos os seus níveis. Não passamos de uma manada de gado à serviço dos que se locupletam como colarinho branco.

Para lutar com essa situação queremos voltar no tempo e ir em busca da simplicidade. O que é liberdade? É o estado decidindo por nós? São os sindicatos decidindo por nós? É o ensino deformado por ideologias políticas que é ministrado a nossos filhos? São as regras malucas que o estado emite a cada dia e quer nossa obediência para elas? Até onde vai isso tudo?

Para recuperar os fundamentos de liberdade que sempre foram essenciais ao desenvolvimento humano, estamos criando um fórum de debates. Esse fórum debates começa com a discussão dos conceitos do que é Liberdade.

Um Estado de Direitos
Uma das características da sociedade brasileira é que discutimos o tempo todo a questão dos direitos individuais de cada um. Em tese é um atributo bom e correto. Acontece entretanto que estão criando uma avalanche de direitos sem que se olhe se a questão do direito passa corretamente pelo atributo da filosofia da Liberdade. Com tantos direitos, criminosos não são punidos, políticos transgressores não são punidos, estamos criando novas classes sociais, o estado passa a ter todos os direitos e como aconteceu no passado, o estado tem direitos e o cidadão não tem. Quem já não sentiu na pele essa situação? Qualquer empresário sabe o que é enfrentar o Estado.

Pergunta extremamente importante colocada pelo senador  americano Ron Paul passa pela seguinte questão: o que é o estado ideal? Aquele em que o estado só pode o que o cidadão comum pode? Aquele em que o que o cidadão comum não pode, o estado também não pode? Afinal, o que queremos?

Projeto Nação
Queremos no Fórum citado acima colocar o debate do que é um Teoria de Estado e o debate do que pode ser uma Teoria de Mercado. Queremos trabalhar projeto de como construir relações em que a Teoria de Estado interfira o mínimo possível na Teoria de Mercado e o Mercado interfira o mínimo possível na Teoria de Estado. Ron Paul e Roberto Campo já trabalharam essas idéias.

É possível esse equilíbrio? Muitos estadistas já partem do princípio de que não há outra saída, outra alternativa. As crises da Europa e Estados Unidos estão mostrando claramente esse desequilíbrio entre Teoria de Estado e Teoria de Mercados. Precisamos então estudar a fundo essa questão. Vocês estão convidados para esse desafio. Estaremos constantemente em contato.

Luiz Bersou

2 comentários:

Caio M. Rodrigues disse...

De fato, o processo democrático deveria ser tolerado na escolha dos líderes. Não deveria ser usado para escolher representantes públicos, os quais deveriam ser escolhidos pela competência e não pela familiaridade ou pela simpatia dos eleitores.
É um processo cheio de armadilhas: quem usa tal processo deveria estar advertido desses riscos.
O processo de relacionamento do povo com seu governo deveria ser o mesmo do passar procuração para cumprir certas atividades (a plataforma de governo, por exemplo) com "delegação de poderes limitados, não podendo subestabelecer".
Numa sociedade em que o governo é visto assim, o povo é responsável e assume seu papel de fazer a prosperidade, em vez de deixar sua vida futuro nas mãos de terceiros e abdicar de seus deveres para o governo.

Caio M. Rodrigues disse...

Complementando o comentário, parece que hoje em dia, os cidadãos passam, para os políticos e funcionários, uma procuração com plenos poderes e junto com ela mandam um cheque assinado com o valor em branco!