29 de janeiro de 2013

LUCIDEZ - Base necessária da Estratégia de Implantação de um novo Brasil


Inquisições: Desde o ano de 1.180, temos registros na Europa, da disseminação e proliferação das Inquisições. Em diferentes formatos e consequências, esse fenômeno se apresentou até além do ano 1.800. Foi todo um esforço para manter hegemonia de poder, seja pela igreja, seja pelos estados que davam suporte.

Hegemonia do poder: esta questão era colocada de forma muito simples: aceita e obedece ou é herege, condição para a qual valia a tortura e a pena de morte. Muito foi escrito a respeito. Muito pouco foi contestado.

O Fato Novo:Um dos mais importantes acontecimentos que começaram a derrubar essa hegemonia foram as atitudes e procedimentos de Lutero. Ao incentivar a leitura da Bíblia, ao traduzir a Bíblia para o alemão, ele criou uma explosão de interesses.

O aprendizado da escrita e da leitura levou ao que hoje chamamos de “Conhecimento”. Desse “Conhecimento vieram muita ciência, inovação, poder político e militar e riquezas”.

Lutero foi uma das figuras magníficas da sua época, que despertou a sociedade de um apagão intelectual. Começou a injetar a contestação, o debate e disso tudo, a lucidez do progresso intelectual, político e econômico.“Sem a boa luta não há consolidação dos princípios da sociedade – Esdras Borges Costa”.Não cabe a ideologia e nem a obediência.

No período mencionado, tivemos também nos diversos países, movimentos de ascensão e queda de poder. O poder sempre precisou de recursos, em geral cobrava o que o povo podia pagar. Dessa forma tinha sempre interesse em não matar o progresso econômico de seus súditos.

De qualquer forma foi se estabelecendo na população a noção dos direitos próprios dos estados e das populações. O Estado passou a ter interesse vital no progresso da nação. Regras de convivência foram sendo desenvolvidas / impostas entre os grupos sociais e isso acontece até hoje.

O papel do Estado: Ao longo dos séculos, com referências desde o ano 1.140, na Inglaterra, para se defender do poder do estado e da igreja, tivemos a formação das Corporações de Trabalho, que hoje são as entidades de classe e sindicatos. Mais tarde nasceram as câmaras de representação popular e em seguida as câmaras de representação e negociação com o poder central.

Durante séculos, essa evolução passou pela discussão do papel do Estado diante da sociedade. A Lógica do Papel do Estado acabou se convertendo na Lógica Estratégica da Nação.

A lógica das Corporações de Trabalho: Sendo o esteio da produção econômica do território, as Corporações de Trabalho sempre tiveram uma importância vital. Papel importante em frenar o apetite fiscal sobre o trabalho e a produção, mas mais do que isso, a organização do trabalho acabou influindo na organização dos governos e territórios e foi papel importante em despertar no estado a percepção da importância da produção.

No Brasil, percebemos há anos que o peso do Estado aumenta, os impostos aumentam e a produção  e o investimento diminuem. Tudo isso porque há um raciocínio perverso pelo qual o Estado é mais importante do que a produção. Um absurdo.Ron Paul, em seu livro Liberty Defined, trata essa questão como perda de liberdade. Ele tem toda razão.


Percebemos em muitos casos que as antigas Corporações de Trabalho, pelo cerceamento de sua liberdade esqueceram a sua importância histórica e o poder e o direito que têm de defender a condição competitiva de seus associados. Houve uma evidência de submissão política e intelectual aos interesses do estado que foi se agravando dia a dia. Deixou de existir liberdade.

Interesses de curto prazo atrasam o país: Esse tipo de involução tem acontecido porque as Corporações de Trabalho entraram no jogo do interesse de curto prazo. Entraram no jogo da proteção de interesses e esqueceram que a melhor e maior proteção é a potência competitiva de todos e de cada um. A competência competitiva de todos e de cada um é a melhor arma para o progresso.

A questão da formatação estratégica da relação entre poder e trabalho perdeu conteúdo e lucidez.Pela sua posição e papel no cenário socioeconômico, parece claro que cabe aos empresários corrigirem a distorção que caracteriza essa situação.

Conclamação à ação: Precisamos de fatos novos. Essa reação passa por nossa proposta de que cada entidade representativa faça um repensar estratégico e trabalhe na busca da competitividade com a lucidez estratégica que está faltando nesse momento, defina os princípios e a base da competitividade de cada setor, e crie seu projeto de construção da competitividade.

Luiz Bersou




3 comentários:

Unknown disse...

Parabéns pelo seu artigo, Bersou!

Penso que o papel do Estado no Brasil está intrinsecamente ligado ao sentido histórico de nossa colonização pelos portugueses(predatória pelos degredados no trato com os indígenas e depois com os escravos) com visão de curto prazo, diferentemente da colonização americana(USA) que teve em seus fundadores a busca da liberdade com respeito mútuo com foco de longo prazo).
Assim, também acho que precisamos superar estas deficiências ética/moral em busca de mais competitividade econômica(em especial do aumento da produtividade do capital/tecnológica) que passa por uma visão de Educação de Longo Prazo no mínimo de 30 anos.

Abs,
Flávio Queiroz.

Guilherme Borges disse...

Parabéns Bersou! Conheci seu trabalho em uma palestra de professores na Anhembi, e apesar de ser da área de engenharia, gostei muito de sua palestra, e fiquei espantado com o seu conhecimento e vivência a respeito do tema! Você é a própria história!

Guilherme Borges disse...

Parabéns professor Bersou! Assisti sua palestra com os professores da Anhembi Morumbi e apesar de eu ser engenheiro, gostei muito! Fiquei admirado com seu conhecimento e vivência no tema! Você faz parte da própria história e é sempre um aprendizado escutar pessoas como você!!! Abraços.