Na questão do crescimento econômico ressalta-se o tema infra-estrutura dos territórios e do país e como ela afeta a vida das empresas.
Trabalhei com uma equipe de Barcelona que era extremamente competente nas questões de desenvolvimento de territórios.
O que dizia esta equipe.
- O primeiro fator de crescimento econômico e qualidade de vida de um território é a sua vocação natural.
- O segundo fator é a qualidade da formação das pessoas que vivem no território.
- O terceiro fator é a capacidade de juntar forças dos empresários, da sociedade e dos governantes com objetivos comuns. Dizia-se muito que governo nenhum governa mais sem a contribuição efetiva dos empresários e da sociedade.
- O quarto fator é a coerência entre a infra-estrutura existente, a cultura do território e entre os centros de produção e mercados.
Com efeito, como a condição competitiva de uma empresa e das empresas de um território é formada pela condição competitiva específica de cada empresa, mais a condição competitiva de seus funcionários e colaboradores, mais a condição competitiva do sistema de infra-estrutura e mais a condição competitiva do peso fiscal, vemos quão longo é o caminho da condição competitiva.
Vamos lembrar que se considera como infra-estrutura todo o conjunto de informações, acessos, estocagem, condições de transferência e a flexibilidade, freqüência e velocidade dos meios de deslocamento de pessoas, cargas e informações e formação de pessoal de que dispõe um determinado território.
Quanta coisa para se pensar. Mas enquanto isso, na velocidade com que estamos reagindo a novas demandas de condição competitiva e como contra ponto de recursos de infra-estrutura continuamos a perder cargas, danificar produtos, atrasar entregas, a ver veículos danificados por estradas em más condições, a perder produções por condições de estocagem inadequadas.
Sabem vocês o quanto isso tudo representa? Dependendo da estatística de origem que utilizamos, até 100% a mais em custos e em tempo em relação aos países desenvolvidos.
Com tantos problemas, por onde começar? Se discutirmos a questão em termos de Brasil, o que se vai dizer é que se precisa de muito dinheiro. Se discutirmos em termos dos estados, o tema da necessidade de recursos vem igualmente junto, com a dificuldade a maior de que existem zonas de conflito de interesses entre governo federal e governos estaduais.
Olhando a questão de mais de perto, vemos quanta coisa pode ser feita no âmbito do município ou de associações de municípios. Que tal listarmos todos os temas que caracterizam a condição logística que afetam a nossas empresas e reunir os empresários e começarmos a debater o que pode ser feito em termos de cooperação público x privada?
Uma das formas interessantes de se congregar os interesses de diversos municípios foi a instalação do conceito de municípios pertencentes a uma mesma bacia hidrográfica. Que tal instalarmos o conceito de municípios pertencentes a uma mesma base logística? Quando Mogi das Cruzes recebeu a primeira faculdade de engenharia, percebemos rapidamente quantos municípios vizinhos se beneficiaram. Como fazer uma associação de municípios com uma mesma base educacional de referência? Vamos experimentar? Vamos perceber rapidamente que não existe o impossível para quem tem boas idéias e vontade de trabalhar.
Faz sentido? Vamos começar a pensar? Vamos fazer juntos? É muito mais fácil de fazer do que se pensa.
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