22 de novembro de 2007

Os grandes temas que fundamentam o crescimento auto-suficiente do território

Quando buscamos o crescimento dos municípios em que vivemos, de imediato se pensa na busca de recursos junto aos governos do estado e federal. Esta é uma prática tradicional e são poucos os municípios que conseguem fugir desta regra.

Precisa ser assim? Sabemos hoje que governante algum pode prescindir da colaboração da sociedade e do empresariado na construção do sucesso econômico do território que ele governa. Percebemos então que existem quatro grandes temas que fundamentam o crescimento auto-suficiente do território. São eles:

  • Convergência poder público e poder privado.
  • Vocação dos territórios.
  • Infra-estrutura disponível.
  • Cultura prevalente nos territórios.

A questão da convergência do poder público e poder privado é um grande avanço que começou timidamente há cerca de 30 anos. Hoje em todos os paises em que há um crescimento significativo do PIB, o financiamento privado em projetos de ordem pública é praticamente constante. São de educação, energia, comunicação, pontes, zonas francas, portos, aeroportos, ferrovias, rodovias, silos, sistemas de processamento de safras, sistemas logísticos intermodulares, etc..

Temos casos antigos em Santa Catarina em que alianças entre a prefeitura e empresários locais na educação transformaram o município pela retenção de valores humanos no território por que antes iam buscar em outros lugares o ensino de que precisavam e daí não mais voltavam. Que belo exemplo de transformação. Como conseguiram isso tudo?

A Mondragon, do Pais Basco, começou como uma fábrica de enxadas. Hoje são mais de uma centena de empresas que fabricam desde satélites até trens de alta velocidade. Como conseguiram isso tudo?

Como construir a convergência do puder público com o poder privado? Eis aí uma grande questão.

Um conhecimento antigo que existe entre os que tem recursos é de que o dinheiro nunca falta, mas ele não se entrega. Ele vai se entregar quando, como contrapartida do dinheiro as partes tiverem um boa proposta estratégica, participantes válidos para sustentar o projeto, as propostas estiverem bem estruturadas e disso tudo resulte um mínimo de rentabilidade. Vejam, que a questão da rentabilidade vem por último lugar.

Recursos não gostam de projetos sem planejamento, sem uma adequada identificação, sem pessoas em condições de sustentar e garantir a correta implantação do que foi prometido. Enfim, recursos gostam de propostas consistentes, conservadoras, bem estruturadas, que dêem certo.

De que forma podemos no contexto da convergência público x privado apresentar projetos e investimentos que pela sua qualidade, beleza, validade e utilidade sejam naturalmente objeto de moções de apoio e efetiva colaboração?

Temos então um desdobramento importante!

De que forma podemos montar os assim chamados “projetos estruturantes”, aqueles a partir dos quais as economias locais tem apoio para se desenvolver? Projetos públicos e privados que geram projetos privados, alavancadores da economia local.

Este é um grande papel da convergência público x privado! Programas de trabalho conjuntos, a partir dos quais o município como um todo se desenvolve por que se instala um estado geral de crenças e afirmações positivas por que existem bases consistentes para tal.

Qual o milagre para isso tudo? Propor projetos consistentes, cautelosos, bem estruturados, com apoio de pessoas competentes. Faz sentido? Vamos experimentar? Vocês verão que é muito mais fácil do que se imagina.

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