17 de maio de 2011

GOVERNANÇA ADEQUADA AO SETOR SAÚDE?

GRUPO DE ESTUDOS, formado por equipe voluntária de 27 profissionais de alto nível,com diversos graus de excelência em formação e com grande experiência em Estratégia e Planejamento, Medicina, Nutrologia, Filosofia, Sociologia, Psicanálise, Comunicação, Administração e Gestão do Capital, Engenharia, Engenharia Biomédica, Administração de Seguros, Gestão Hospitalar, Gestão de Fármacos, Sistemas de Informação, Tecnologia e Tecnologia Biomédica, Modelos Matemáticos, Alimentação, Condicionamento Físico, Normas Anvisa, Laboratórios e Legislação realizou durante o ano de 2010 dezenas e dezenas de reuniões com o objetivo de estabelecer, através de conhecimento convergente, trabalho convergente, análise consistente e independente do Setor Saúde para propor, “no devido tempo”, propostas de solução estabelecidas a partir de uma modelos de análise e pensamento estratégico poderosos.

A conclusão do trabalho está sintetizada na “Tabela de Síntese de Soluções Estratégicas para o Setor Saúde”, onde 16 temas relacionados ao setor estão dispostos em 5 campos de trabalho. A tabela tem muitos méritos:
1) Permite Proposta Estratégica para o Setor. Permite “Modelos de Governança”.
2) Representa o êxito de metodologia de “Modelos de Análise” para interpretação do que se passa no setor do ponto de vista Estratégico.
3) Representa a tradução do Setor Saúde em uma equação que sincroniza objetivos, planejamentos e recursos. Uso de recursos em sincronia é absolutamente importante na situação de recursos escassos e setores descapitalizados.
4) Mostra que o Setor Saúde, dada a carga de complexidade, conflito de interesses que geram desperdícios de tempo e recursos, vai requerer sempre ações coordenadas e conjugadas para que os efeitos se produzam e inercias sejam vencidas.
5) Mostra que o Setor Saúde, mais do que qualquer outro, requer o conceito do equilíbrio da “Condução Estratégica” com a “Condução Operacional”. Na ausência desse conceito, multiplicam-se as propostas de soluções operacionais, cada uma propondo resolver o mundo à sua maneira. A falta da“Condução Estratégica” ocasiona que os efeitos das soluções operacionais não se somem, multipliquem e gerem os resultados desejados. Frustação.
6) Mostra os caminhos que devem ser seguidos para que se busque o equilíbrio da qualidade de saúde, dos custos e da capacidade de investimentos para o setor. Proposta de 10 anos de caminhada.
7) Mostra a grande demanda de competências em ação política, estratégica e gestão de capital, sabendo sempre o que é necessário fazer e como fazer.

COMENTÁRIOS
1) Os atores do Setor Saúde, concentrados na sustentação do dia a dia de suas atividades, olhando pouco para o que acontece nos cenários sociais tem caído em diversas armadilhas.
Foram poucos os que analisaram e se prepararam para as “Causas Raiz” ligadas ao tsunami das doenças crônicas e degenerativas. Poucos perceberam que o alongamento do perfil de vida do cidadão, tão celebrado na nossa sociedade, é na verdade a sustentação do alongamento do perfil de vida do cidadão doente. Muito caro. Armadilha das UTIs.

Os investimentos em medicina preventiva tem pouco retorno. Investimentos brutais em medicina curativa. Do ponto de vista do status social, valor de ações de empresas, curar que é
muito mais caro, gera muito mais dividendos do que prevenir a doença, muito mais barato. Ciclo vicioso.

2) As sociedades ligadas ao negócios de seguros, que existem há séculos, sempre ganharam dinheiro na “
gestão do risco”. Muito dinheiro. O modelo “gestão do risco” se esgotou. Agora elas tentam ganhar dinheiro na “gestão do custeio”. Não é da cultura delas. Não sabem fazer. Perdem dinheiro. Muitas morreram. Uma grande armadilha. Uma armadilha agravada pelas relações extremamente complicadas entre os médicos, hospitais, clinicas e as seguradoras. O centro da armadilha está na quebra da confiança nas relações entre os atores. A relação “entre parceiros” virou relação “entre inimigos”. A falta de confiança gera custos a maior, auditorias incompetentes e inócuas que não resolvem nada.

3) A análise da “Tabela” mostra que a maior falta é a presença de estadista com proposta estratégica consistente e competente, com poder para vencer os interesses microscópicos que como vírus e bactérias contaminam o setor. Proposta estratégica para ligar as forças positivas do setor. O poder deverá vir daí. Proposta Estratégica que está sintetizada na “Tabela” mencionada acima.

4) Nos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, foram conseguidos grandes resultados no combate à inflação. Para os observadores atentos, os movimentos técnicos fizerem efeito, mas o maior resultado veio do fato de que a sociedade não queria mais conviver com a inflação. O posicionamento da sociedade foi determinante na ocasião.

Estamos vivendo um momento em que se percebe que um número enorme de crimes é filmado e esse material é apresentado às autoridades policiais. O disque denúncia funciona como o Tolerância Zero” de Nova Iorque do passado – funcionou e está funcionando. Esta ação está vindo da sociedade. Não está vindo do poder público. A sociedade está mostrando que está se comunicando muito mais, diz o que quer e age, deixando o lado passivo característico da sociedade brasileira.

Recentemente no caso de uma estação de “Metro” de São Paulo, houve toda uma movimentação social para protestar contra acordos inadequados de localização da estação.

Esta vitalidade social de protesto, este acordar da sociedade, ainda não se manifesta no Setor Saúde, mas todos os sintomas indicam que a sociedade quer soluções. Competentes. A movimentação social vai marchar para cima da condução política medíocre. Sociedade que acorda e passa a agir. Recado ao setor: é bom agir antes. Acho que falta muito pouco para termos movimentos e marchas de protestos com as consequências tradicionais.

QUAIS PASSOS A DAR?
A “Tabela de Síntese de Soluções Estratégicas para o Setor Saúde” estabelece a sincronia de dezesseis temas entre cinco campos de trabalho, englobando condução política, condução de governo, políticas de prevenção às doenças crônicas e degenerativas, rastreabilidade e modelos estatísticos, recuperação e melhor aproveitamento de patrimônio em tecnologia, modelos de gestão para o setor, sugestão de novo posicionamento estratégico para a ANVISA e aquilo que é do setor privado. Contempla também a visão dos setores industriais e de serviços que fornecem ao Setor Saúde e dele dependem.

A base de tudo é sempre uma equação econômica, condição “
sine qua non” para capitalização e investimentos em modernização, qualidade e crescimento no atendimento. Alvo principal será sempre mais saúde com menos custos. Racionalização e administração dos desperdícios.

A CURTO PRAZO, o fundamental é o domínio da equação econômica para produzir o resultado desejado. A metodologia passa pela “Rastreabilidade dos Cinco Degraus”, cinco etapas de trabalho entre o que é o diagnóstico do paciente e o resultado econômico final do setor, em particular bom para o setor privado. Cada degrau gera resultados assim que implantado. A implantação de todos os degraus gera resultados muito melhores.

Essa ferramenta foi concebida para trabalhar com modelos matemáticos de alto nível, em módulos especializados, independentes, interconectados e sincronizados, com ferramentas de rastreabilidade, os temas de qualidade dos cadastros dos eventos estatísticos, as relações em cascata de pacientes, médicos e entidades médicas, os desempenhos nos tipos de cura, os custos associados aos desempenhos nos tipos de cura, a gestão do capital necessário para manter o ritmo das atividades e o equilíbrio orçamentário e de resultados das atividades.

A ferramenta “Rastreabilidade dos Cinco Degraus” está apoiada em fundamento extremamente importante para o modelo de capital que prevalece no Brasil. Protege os empresários da síndrome do sofrimento e da morte pelo crescimento acelerado não bem administrado. Aqui está um dos grandes benefícios de “Governança”.

Quantos de dão conta do número extremamente elevado de empresas brasileiras que se propuseram a crescer rapidamente e morreram em seguida? Acreditaram no EBITDA, no resultado contábil. Morreram por sistemas de gestão incorretos, que não consideraram a restrição de capital que existe no Brasil. Morreram por que quiserem crescer para lucrar mais, quando aqui é preciso antes, lucrar para crescer, capitalizar e depois partir para crescer. Erros nesse tema nunca são perdoados.

Cidadãos, sociedade, como vamos reagir a esse mar de dor que está por aí? Vamos continuar aceitando os descalabros como tem acontecido até hoje?


Luiz Bersou

2 comentários:

Unknown disse...

O tema esta a cada dia mais divulgado. Seu texto é completo e nos leva a uma reflexão muito profunda.
O momento exige o movimento individual de cada um de nos. Este é um assunto que faz parte da vida de cada brasileiro.
Mais uma vez PARABÉNS, pela sua brilhante iniciativa e contribuição com a sociedade.

Carpsi disse...

Caro Bersou ,

Sua participação decisiva neste processo é um exemplo a ser seguido e compartilhado com todos os potenciais líderes da sociedade que podem mover o incomodo que vá resultar em seguimento da visão já constituída mas dando os primeiros passos que efetivamente possam vencer as resistências constituídas a qualquer solução além do status quo !

Os 16 pontos me ficam na curiosidade amplificada mas o tema é forte e latente .

Abraços

Marcos C Ribeiro