20 de outubro de 2008

Crise: qual a resposta para sustentar nossas empresas em períodos de crise?

Barba de molho e faca nos dentes.


Conversando com empresários, percebemos que todos estão preocupados e atentos ao cenário atual. Entretanto, perguntas do tipo, como serei atingido, por quanto tempo, o que fazer, como reagir, circulam e não têm resposta. É natural que seja assim. Embora a crise atual tenha raízes que vem de longe, início da década dos anos 80, ela ficou mascarada por muito tempo. De certa forma, dentro do que tem sido a tônica dos cenários, o desconhecido chegou mais depressa, a nossa imersão neste desconhecido é ainda recente e não se sabe o que esperar e o que fazer. Em termos.

Em relação a esse em termos, cabem duas perguntas: o que depende de nós, e o que não depende de nós. Vamos então tratar do que depende de nós.

São muitos anos que nós da BCA Consultoria pregamos que temos no Brasil um padrão de modelo de empresa que utiliza energia demais, capital demais para sustentar o ciclo econômico de cada empresa. É padrão cultural nosso trabalhar com conceitos de economia de escala, com visão de resultado de uma determinada estrutura de operação e olhamos pouco para a dinâmica do ciclo econômico da empresa.

Em nossa longa história de melhoria da condição competitiva das empresas, percebemos que olhar para o ciclo econômico, dentro da visão de sincronia dos seus elementos, traz novas perguntas e novas respostas. Sincronizar devidamente o ciclo econômico diminui as exigências de capital de giro para a sua sustentação e diminui substancialmente o custo fixo e o custo oculto embutido no custo fixo.

Sincronizar os fundamentos do raciocínio estratégico com a ação de mercado da empresa é também uma de unir equipes e obter delas ação mais convergente e mais contundente.

Voltando à pergunta, o que depende de nós, podemos responder que criar condições de sincronia estratégia – mercadológica e operacional no ciclo econômico em nossas empresas, permite que elas funcionem melhor com muito menos recursos financeiros. Do ponto de vista do que depende de nós, é uma resposta que damos á crise atual.

Vem então a pergunta: o que é sincronizar uma empresa? Como se mede esta sincronização?

Vamos responder por exemplos: temos um cliente que operava com uma estrutura de capital de giro operacional de 36 milhões de reais para sustentar o seu ciclo econômico. Através de uma metodologia de alinhamento das equipes do comercial, compras, produção, estoques, logística, crédito, contas a pagar e contas a receber, conseguimos que esta empresa, mesmo com crescimento de vendas, passasse a operar com apenas 22 milhões de reais para a mesma sustentação do ciclo econômico. Outros casos: a sincronia do ciclo econômico permitiu redução da estrutura de capital de giro que sustenta o ciclo em 70%, 60%, 50%, e vários outros resultados da mesma qualidade.

Conseguimos esses resultados por meio das metodologias que chamamos de “Balanço do Ciclo Econômico” e “Contas Mutantes”. A ferramenta Constas Mutantes, serve para medir o estado de sincronia que está instalado no ciclo econômico. Importante: sabemos medir estados de sincronia e isto é bom para a qualidade da gestão da empresa.


Quais são os reflexos desta teoria de sincronia nos custos e resultados da empresa? A visão de gestão pelo ciclo econômico nos permite complementarmente desdobrar a gestão em 3 tipos de alavancagem. A alavancagem comercial, como conseguir mais resultados comerciais com menos recursos, a alavancagem econômica, como conseguir mais resultados com a mesma estrutura de capital e a alavancagem operacional, como conseguir mais resultados com menos custos fixos.

Funciona? Um exemplo: a empresa perdia 1,5 milhões de reais por mês. Aplicou o método. Em cinco meses chegou ao ponto de equilíbrio, em 12 meses lucrou 5 milhões, em 24 meses lucrou 12 milhões. Serve como exemplo?

Que tal o exemplo da empresa que tinha previsto no orçamento prejuízo operacional de 12 milhões para o ano, aplicou o método, perdeu somente 300.000 reais no período e em 12 meses lucrou 10 milhões? Serve como exemplo?

Moral da história: para o período conturbado que se aproxima, sincronizar nossas empresas, sincronizar o pensamento estratégico e mercadológico e sincronizar o ciclo econômico nos permite estar com a barba de molho e a faca nos dentes. Nos preservamos, melhoramos o nosso desempenho, administramos o nosso risco e ficamos prontos para atacar quando o cenário melhorar e as oportunidades vierem.

Luiz Bersou

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